segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Campanha levará à população realidade da dívida pública brasileira

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Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Para que o povo brasileiro saiba a verdade sobre a dívida pública de seu país, o Jubileu Sul Brasil, unido a organizações, movimentos sociais, sindicatos e fóruns está construindo a campanha "A Dívida não acabou! Você paga por ela. Auditoria Já!” com a intenção de conscientizar e esclarecer. A iniciativa ainda está em fase de planejamento, mas em breve deverá promover um debate sobre a necessidade de renegociação e auditoria da dívida.
De acordo com Rosilene Wansetto, do Jubileu Sul Brasil e da equipe de preparação da Campanha, a iniciativa mostrará que apesar da ampla divulgação na mídia de que a dívida não é mais um problema para o Brasil, a verdade é que a população continua pagando, por meio dos altos impostos, um montante que cresce a cada ano e é pago com dinheiro que poderia ser aplicado na saúde e educação.
"A intenção da campanha é mostrar à sociedade, movimentos e organizações que a dívida do Brasil não foi paga, mas que na verdade ela é amortizada a cada período. Em 2009, foram gastos R$ 380 bilhões em amortizações e juros da dívida pública, o equivalente a 35,57% do orçamento da União. Em 2011, 50% do orçamento do país será destinado para o pagamento da dívida”, denuncia.
Segundo dados do Jubileu Sul Brasil, neste ano o orçamento da união sofrerá com cortes de aproximadamente R$ 30 bilhões. De modo que ficam comprometidos os investimentos sociais em transporte, reforma agrária, saneamento, moradia, saúde e educação. Outras problemáticas geradas pelo pagamento indiscriminado da dívida são o congelamento do salário de servidores públicos e o aumento pouco relevante do salário mínimo.
Hoje, a dívida pública federal (interna somada à externa) brasileira ultrapassa os dois trilhão de reais. Diante disso, como dizer que este não é mais um problema que atormenta o Brasil? Segundo Rosilene, a população precisa saber a verdade e o Governo precisa escutar os que lutam pela auditoria para juntos encontrarem soluções.
"Não queremos ficar apenas reclamando do governo. Queremos recolocar o debate sobre a dívida pública, mostrar que ela é um problema e pensar alternativas junto com a sociedade. Nossa intenção é colaborar com o governo brasileiro para que a dívida seja negociada e auditada”, revela Rosilene.
Construção da campanha
Nos próximos 21 e 22, o Jubileu Sul Brasil se reunirá com organizações populares, movimentos sociais, sindicatos, pastorais e fóruns para pensar estratégias para a campanha. A partir da agenda de cada organização será decidido como trabalhar com a mídia, como divulgar a campanha e como enfrentar os desafios que deverão se mostrar durante a luta pela renegociação e auditoria da dívida.
"Vamos juntar forças e mostrar para a população o que está acontecendo. Temos que desmascarar a dívida e denunciar que ela está sendo usada como mecanismo de especulação. Estas informações devem ser de domínio público e podem favorecer a mobilização social em favor dos necessários investimentos sociais”, convida o Jubileu Sul Brasil.

SALÁRIO MÍNIMO: A BOFETADA NA CARA DOS TRABALHADORES


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(Nota Política do PCB)
Os trabalhadores brasileiros assistiram desapontados, mais uma vez, o anúncio do novo salário mínimo de 545 reais. A presidenta Dilma, durante a campanha eleitoral, como num samba de uma nota só, não cansou de propagandear, a exemplo de Lula, o crescimento econômico do país como sendo o jamais visto na história. O aumento de 510 para 545 reais (6,87%), foi uma verdadeira bofetada na cara do povo brasileiro.
A grande maioria da população esperava, diante do alardeado crescimento, que o atual governo tivesse sensibilidade social para dar início à recomposição das perdas salariais das últimas décadas. Existe gordura econômica suficiente para dar ganhos reais ao salário mínimo de forma que os trabalhadores pudessem ver melhor atendidas as suas necessidades de morar, se alimentar e vestir, além de ter acesso a lazer, cultura e saúde. Como previa o decreto que deu origem ao salário mínimo há mais de 50 anos.
Qualquer exercício de economia doméstica, por mais primário que seja, revelará que o novo valor a ser pago não garante vida digna para uma família de quatro pessoas. Foi com essa compreensão que, em dezembro de 2010, o DIEESE anunciou que R$ 2.227,53 seria o valor mínimo necessário para dar dignidade às famílias dos trabalhadores.
As profundas modificações ocorridas no mercado de trabalho, por conta do processo de expansão das relações capitalistas nos últimos anos, responsáveis por aprofundar a depreciação do valor da força de trabalho e das condições laborais, ampliaram a presença de empregos e subempregos informais, precários e temporários no conjunto da população ocupada. Alguns estudos apontam que a renda dos 25% mais pobres tem alta correlação com o valor do mínimo. E mesmo fora do alcance da lei, a remuneração dos assalariados sem carteira, autônomos e empregados domésticos é fortemente influenciada pelo valor do salário mínimo. O mesmo acontece com os rendimentos de aposentados, pensionistas e funcionários públicos de baixa renda.
O governo federal insiste no desequilíbrio das contas públicas como o principal obstáculo para a majoração do salário mínimo. Trata-se, inteligentemente, do uso de pesos e medidas distintos para abordar as causas do déficit público no Brasil. A enorme dívida pública, o pagamento de juros estratosféricos e ainda o socorro a entidades financeiras privadas, resultam numa gigantesca transferência de renda para os credores do Estado, para a iniciativa privada, em nome de uma estabilidade econômica que prioriza descaradamente os lucros.
Quando se discute o salário mínimo, os parâmetros são outros. Só são apresentados, de forma exagerada, os impactos do aumento do salário mínimo, sem relacioná-los com o crescimento do orçamento e do PIB. Com esta manipulação, deixa-se de debater os principais impactos do aumento, ou seja, quais transferências são mais significativas do ponto de vista social. Aquelas que se concentram nos credores do Estado (bancos, empresas, ricos, classe média alta) ou aquelas que afetam diretamente a renda de dezenas de milhões de brasileiros?
A indignação popular com o novo salário mínimo cresce quando se compara com o verdadeiro assalto aos cofres públicos que foi o reajuste de 60% nos salários dos parlamentares, aprovado recentemente pelo mesmo Congresso Nacional que reajustou o novo piso em cerca de 6%. Dá para imaginar quão maior seria essa indignação, se fosse do conhecimento de todos o lucro obtido pela agiotagem oficial dos banqueiros somente com os pagamentos de juros da dívida interna efetuados com parte das verbas da União nos últimos governos.
Não é necessário, no entanto, nenhum instituto de criminalística para identificar os donos das digitais dos que promovem insistentemente criminosas desumanidades com os trabalhadores. Os que aprovaram tanto o esquálido salário mínimo para o ano de 2011, bem como a mordida dos vampiros no orçamento para pagar os juros da dívida pública são os mesmos que recebem somas bilionárias para gastar com suas eleições, na compra de votos, contratação de cabos eleitorais e com as agências de publicidade encarregadas de iludir a classe trabalhadora. Representam todos os interesses do grande capital e, mesmo que se apresentem como defensores de uma lenta e gradual melhoria das condições de vida das massas e dos “excluídos”, contribuem efetivamente para consolidar a hegemonia burguesa em nosso país.
As digitais são dos gerentes do Plano de Aceleração Capitalista (PAC), no Executivo e no Legislativo e das entidades sindicais governistas. São da presidenta Dilma e seus ministros e dos partidos da base de sustentação do governo (PT, PCdoB, PMDB, PDT, PSB, PTB, entre outros).
Não podem deixar de ser citados também os Partidos declaradamente guarda-costas da rapinagem capitalista (PPS, PSDB, DEM, etc.) que tentaram jogar para a plateia sugerindo outros valores para o mínimo. O cinismo destes é do tamanho do desmonte e sucateamento do patrimônio público que promoveram, ao entregaram a preço de banana as estatais brasileiras, no processo de privatizações. São todos farinha do mesmo saco de maldades.
Os comunistas entendemos que aos Partidos e demais organizações comprometidas com a luta contra a ordem capitalista e pela construção da sociedade socialista cabe a dura tarefa de ir além do denuncismo e do economicismo. É preciso organizar a classe trabalhadora. Na guerra entre o capital e trabalho não pode haver trégua. O fogo concentrado dos inimigos está direcionado para os direitos e a rede de proteção social do povo que trabalha ou está desempregado ou aposentado. A disputa da hegemonia neste momento passa, necessariamente, pela construção de uma Frente Anticapitalista e Antiimperialista que construa um sistema de alianças capaz de dar protagonismo àqueles que nada mais têm a perder, de forma que possam tomar a história em suas mãos e edificar a sociedade justa, fraterna e igualitária. Nessa tarefa estaremos juntos.
Fevereiro de 2011
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
Comissão Política Naciona

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

La más famosa foto del Che

SÓLO dos negativos tomó al comandante Ernesto Guevara el fotógrafo Korda aquel algo frío marzo de 1960, en La Habana. Uno de ellos llegaría a convertirse en la más famosa foto del Che.
Apenas un año antes, con el triunfo de la Revolución, las calles son centro de la historia, y los fotógrafos testimonian los acontecimientos. Entre ellos Alberto Díaz —Korda— quien en el periódico Revolución publicaba importantes ensayos fotográficos.
Para captar los sucesos del momento y los jóvenes que los acometían, Korda —quien era ya un reconocido artista— utilizaba la luz natural, elemento básico en su carrera.

Celac fortalece a integração latino-americana

O balneário mexicano de Riviera Maya, em Cancun, foi cenário, ontem (dia 23) de mais um passo fundamental pela unidade da América Latina: os 33 chefes de Estado e de Governo lá reunidos aprovaram a criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) integrando todos os países da região. Ficam de fora apenas EUA e Canadá, indicando que os países do continente querem tomar seus destinos em suas próprias mãos, de maneira soberana e sem a ingerência do imperialismo estadunidense. Foi também mais uma manifestação da falência da Organização dos Estados Americanos (OEA) que, historicamente, é instrumento da política externa de Washington e cujo fracasso se deve fundamentalmente a esta subordinação aos poderosos da Casa Branca.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Cesare Battisti: Querem mandar um revolucionário à morte

De imediato, deixo à disposição o link para o sitio do "Comitê de Solidariedade a Cesare Battisti", do qual faço parte. Nele, é possível compreender porque a Itália fascista de Berlusconi deseja matar Cesare Battisti.


Um breve e simples comentário.

O caso "Cesare Battisti" explicita a toda a sociedade a terrível força de manipulação com a qual trabalha a grande mídia. À serviço do governo Berlusconi, que representa o que restou do fascismo italiano, e de setores conservadores da sociedade brasileira, os meios de comunicação, em sua maioria, lançam informações deturpadas e mentirosas sobre as acusações que recaem sobre Cesare Battisti, revolucionário italiano e membro do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), então movimento de jovens revolucionários do final da década de 1970.
Após cerca de seis anos ouvindo hora e outra o nome de Battisti nos noticiários, sempre o taxando de assassino, a sociedade deixou-se levar pelo mais simples, ver, ouvir e desligar o noticiário, e depois desligar-se de tudo que ouvira a pouco. E pouco a pouco, a imagem de Battisti ganhou um tom sombrio, algo assustador. E ele passou a ser tratado como assassino, e ainda mais, como se fosse o pior de todos os assassinos.

Battisti é a única chance de a Itália fascista,tudo o que ainda resta dela, colocar um ponto final sobre o movimento que enfrentou bravamente os anos de chumbo daquele país. Muitos já foram assassinados pelo Estado italiano, outros se curvaram aos representantes da carnificina fascista e estão livres (de algum modo, eles têm lá seus motivos, é preciso discutí-los para compreendê-los). Assim, só restou Cesare Battisti, que mesmo exilado, continuou denunciando, em grande parte através da publicação de livros, as atrocidades do Estado italiano para com a velha guarda revolucionária do PAC e das Brigadas Vermelhas.

Estão querendo condenar um homem inocente. Para os que acreditam na moral burguesa, Battisti é um pai de família e há 30 anos vive com seus filhos e esposa, sempre exilados. Hoje, está preso e prestes a ser mandado à tortura, à morte. Mas nem mesmo a moral burguesa, por se tratar de um pai de família, foi capaz de sensibilizar as pessoas.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cesare Battisti livre!!! A Itália fascista quer matar mais um revolucionário

Carta aberta de Cesare Battisti a Lula e ao Povo Brasileiro

CARTA ABERTA

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO BRASILEIRA

AO POVO BRASILEIRO


“Trinta anos mudam muitas coisas na vida dos homens, e às vezes fazem uma vida toda”. (O homem em revolta - Albert Camus)
Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós, podem sinceramente dizer que nunca desejou afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo.
Entretanto, frequentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida.
A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as relações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muito exilados.
Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos. Não tudo! Os sonhos continuam!
Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram conquistadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia. Eu sou fruto desses anos 70, assim como muitos outros aqui no Brasil, inclusive muitos companheiros que hoje são responsáveis pelos destinos do povo brasileiro. Eu na verdade não perdi nada, porque não lutei por algo que podia levar comigo. Mas agora, detido aqui no Brasil não posso aceitar a humilhação de ser tratado de criminoso comum.
Por isso, frente à surpreendente obstinação de alguns ministros do STF que não querem ver o que era realmente a Itália dos anos 70, que me negam a intenção de meus atos; que fecharam os olhos frente à total falta de provas técnicas de minha culpabilidade referente aos quatro homicídios a mim atribuídos; não reconhecem a revelia do meu julgamento; a prescrição e quem sabem qual outro impedimento à extradição.
Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato.
E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político. Espero com isso impedir, num último ato de desespero, esta extradição, que para mim equivale a uma pena de morte.
Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver.
Findo esta carta, agradecendo aos companheiros que desde o início da minha luta jamais me abandonaram e da mesma forma agradeço àqueles que chegaram de última hora, mas, que têm a mesma importância daqueles que estão ao meu lado desde o princípio de tudo. A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!
Espero que o legado daqueles que tombaram no front da batalha não fique em vão. Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade.

Entrego minha vida nas mãos de Vossa Excelência e do Povo Brasileiro.

Brasília, 13 de novembro de 2009

Cesare Battisti