quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A direita e a violência

Na última segunda-feira, 01, dia da estréia do reality show da polícia do Estado de São Paulo, o Governador do Estado, o seretário de segurança de São Paulo, o comandante da Polícia Militar e o Delegado-Chefe da polícia civil de São Paulo participaram do programa Super Pop, da REDETV. José Serra, como era de se esperar, elegeu o tráfico de drogas como maior responsável pela violência em São Paulo e no Brasil. Em segundo lugar vem o tráfico de armas, que segundo ele, dá suporte para os bandidos enfrentarem a polícia. Disse ainda, que a polícia de São Paulo recupera todos os meses milhares de armas contrabandeadas, mas as ações policiais não são suficientes para acabar com o tráfico de armas do crime organizado. Muito bem camaradas, lá pelas tantas do programa, a apresentadora Luciana Gimenez perguntou ao Governador porquê a polícia não (re)utiliza as armas apreedidas na luta contra o crime organizado. Segundo ela, a polícia teria mais "poder de fogo". No meio do raciocínio da apresentadora, o delegado-chefe da polícia civil disse a seguinte frase: "issso não compensa. O Estado oferece para  a polícia armas mais potentes e mais modernas que as que são recuperadas".
Camaradas, ou o delegado-chefe quis encher a bola do Estado enquanto instituição responsável pela manutenção da segurança pública ou quis desmentir todos os direitistas desse país que afirmarm que os criminosos possuem armas mais potentes que as da própria polícia.
Na dúvida, prefiro acreditar que a direita brasileira não encontra argumentos sólidos para justificar a luta contra a violência pela via das forças armadas, da polícia. Se poder de fogo fosse a melhor saída contra a violência não existiria mais violência no Brasil e no mundo. Ou será que o exército brasileiro ou a própria polícia não tem muito mais poder de fogo que o próprio crime organizado? Há quanto tempo existe a polícia? Por que, então, não se acaba com a violência? Justamente, porque esse caminho escolhido pelo Estado capitalista de acabar com a violência não é o mlehor e nunca dará certo.
Os capitalistas sabem, mas nunca admitirão, que o problema da violência é estritamente social. O antagonismo de classes produziu a luta pela vida a qualquer preço, e nessa luta, muitas vezes, pouco importa matar ou morrer. E como é uma luta, as partes nela envolvidas procuram encontrar todos os meios para serem mais forte, e assim, sobreviver. O crime se organiza, mas o principal problema não é sua organização, pois essa etapa é apenas uma questão de estratégia e tática. Para acabar com a violência é preciso resolver o problema central da sociedade capitalista: a divisão de classes, adesigualdade social, mais do que isso, a opressão do homem pelo homem.

Alex Dancini