sexta-feira, 8 de outubro de 2010

43 anos sem Che

"Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário" (Che Guevara).

 
Ernesto Guevara de La Serna terá seu nome para sempre lembrado entre os homens e mulheres que lutam pela liberdade do ser humano. Segundo Marx, na página que encerra o Manifesto do Partido Comunista, o proletariado nada perde com a revolução a não ser suas  cadeias. E o velho camarada mais uma vez estava certo, pois o que o homem explorado no modo de produção capitalista tem a perder com o fim desse modelo de sociedade é apenas sua condição sub-humana. Sendo assim, continua Marx,"[os trabalhadores] têm um mundo a ganhar".
E Che tentou ganhar esse mundo, junto aos trabalhadores revolucinários da guerrilha.
Não há outro sentido na vida de um(a) revolucionário(a) senão a liberdade humana, em todos os sentidos que se possa imaginar. E Che foi um desses revolucionários que colocou se peito à luta, empunhando o fuzil e o livro, a disciplina revolucionária e o amor ao ser humano.
Esse último sentimento sem dúvida foi o que mais animou o querido Che a levar às últimas consequências sua esperança de levar a liberdade do homem cubano aos demais povos do mundo.
Dias atrás perguntaram-me se eu não achava que o Che foi um oportunista. Minha resposta, claro, foi que não. Simplesmente porque acredito que é muito difícil alguém com suas faculdade mentais equilibradas querer ser oportunista no meio da floresta. Que proveito tirar disso? Se ele fosse oportunista, teria ficado em Cuba e, provavelmente, até hoje, seria uma referência para os cubanos e os revolucionário de todo o mundo, assim como Fidel o é.
Mas Che era inquieto demais para recusar o enfrentamento de mais uma possibilidade de sinalizar a libertação de milhões de pessoas. Assim, depois de ir ao Congo, foi à Bolívia, e lutou de cabeça erguida. E morreu, de cabeça erguida.
Che recebe hoje vários adjetivos: louco, assassino, mau pai, péssimo marido. O que se lê  e se ouve sobre ele no lixo da grande imprensa nada surpreende aqueles que com Che estão até hoje, pois nada mais salutar que os cães guardarem o quintal imperialista que os dá sustentação financeira e abastece seus recipientes culturais e artísticos. Do lixo só pode sair lixo.
Acho que a loucura sempre esteve com Che, mas uma loucura que o fazia preferir a liberdade ao medo. Chamar Che de assassino é não compreender que ele sempre lutou numa guerrilha, e naquele momento e lugar, era a via mais segura e eficaz (poucos sabem que a ordem de Che era para que todos os soldados inimigos feridos, capturados com vida durante os confrontos, deveriam ser cuidados como se fossem um revolucionário da  guerrilha). Quanto a ser mau pai, acho difícil um guerrilheiro levar sua família para se arriscar no meio da mata, vejo aí mais responsabilidade de bom pai, que irresponsabilidade de um mau pai, como muitos o taxam. Che não LARGOU sua esposa. Ele pretendia voltar, mas ficou pelo caminho que dava para a liberdade. Ele não voltou para casa, mas deixou várias cartas que demonstram o imenso carinho que sentia pela sua esposa e suas filhas.
Che foi capturado no dia 08 de outubro de 1967 e foi morto no dia seguinte. Morreu dentro de uma escola, alvejado com nove tiros. Aos 39 anos, morria o homem que queria levar a Revolução Cubana à América Latina.

Che vive em todos aqueles que abominam toda e qualquer exploração do homem pelo homem, e que buscam a cada dia aprimorar sua prática revolucionária.

"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira" (Che).