segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cairemos no golpe outra vez?

Camaradas, no dia 1º de janeiro começa a contagem regressiva para o primeiro escândalo político (leia-se ato corrupto) no governo federal. Não porque se trata de um governo do PT (também, mas não só), mas sim pelo fato de estarmos diante de uma fabulosa peça de um teatro burguês que de forma aparente engana a massa com seus escândalos periódicos. Normalmente, entre um escândalo e outro leva-se meio ano. É um período estrategicamente pensado pelos orgânicos da burguesia, e que muitos militantes da esquerda (?), dos mais diversos movimentos sociais e de partidos políticos progressistas acreditam ser verdade tudo que nos é encenado. Esses escândalos servem para nos lembrar que temos indignação, e que precisamos ir para a ruas protestar contra um fato já consumado, e que, independentemente das manifestações sociais ocorrerá novamente daqui há seis meses.
De um Estado burguês e de um governo que segrega o melhor do banquete para o grande Capital e com o que sobra deixa a contento os miseráveis, não se pode esperar outra coisa senão marmelada burguesa. 
Entre a corrupção e nossos olhos e ouvidos existe a imprensa.
Nós, da esquerda(?), ficamos furiosos com os meios de comunicação hegemônicos, quando eles relacionam esses escândalos a um governo popular. Esbravejamos: como pode esse PIG dizer algo desse nível?
Importante ressaltar que PIG significa "Partido da Imprensa Golpista". No entanto, não é o PIG que é golpista. Na verdade, ele é o cabo final, o que conduz o que foi produzido, o golpe burguês, até os lares, doces lares brasileiros. Ora, os meios de comunicação são apenas o fio condutor do golpe, iniciado na essência do Estado burguês e toda sua extensão (parlamento, etc).
Os meios de comunicação, por exemplo, fizeram ("fizeram") uma lei que lhes dá o direito de não chamarem para um debate político, durante o pleito eleitoral, o candidato que não alcançar 1% nas pesquisas de intenção de voto. Nós, da esquerda(?), acatamos tudo numa boa. Claro, ao invés de aceitarmos que essa manobra faz parte da natureza desse Estado, é mais fácil criticar os meios de comunicação. Caímos certinho na armadilha.
E o que dizer da distribuição do tempo na propaganda eleitoral gratuita? Quantos minutos tiveram na TV os partidos do PCB, PSTU, PSOL e PCO? Em sua natureza enquanto partido, dentro da sociedade burguesa, o que diferencia o PSTU do PT, por exemplo? Nada. (não confundamos natureza de um partido com sua direção política, tática e estratégica) A não ser a subserviência ao interesses do grande Capital, clarificado nas alianças partidárias que o PT fez e nos financiadores de sua campanha eleitoral.
Alguém ainda acredita que a burguesia dividirá seu banquete? Ora, convenhamos.
A esquerda necessita mais do que nunca ser radical. Os movimentos sociais, os que lá estão, precisam se afastar da máquina estatal e fazer nas ruas as lutas mais radicais e necessárias.
O Estado burguês é um golpe. É um golpe contra a classe trabalhadora. É contra ele que precisamos debater, lutar. Nos enganam e nos fazem crer que golpista é a imprensa. Gastamos nossos neurônios, buscando argumentos para atacá-la e esquecemos, ou melhor, caímos na armadilha, e deixamos a burguesia, o Estado, o parlamento, a justiça, etc. (leia-se Capital), nos colocarem no lugar mais baixo da sociedade: o lugar onde é possível ver o que eles fazem para manter a riqueza que produzimos nas mãos da burguesia. 
Sejamos radicais no entendimento e no enfrentamento contra o Capital.
De momento, ainda conseguimos protestar contra o aumento de mais de 60 % dos parlamentares. E é bom que já nos preparemos para a próxima.

Veja os vinte e seis fatos que diferenciam Cuba de outras nações do mundo

Contra Cuba há uma enorme campanha midiática de desinformação lançada através da grande mídia que está a serviço do Império e assim nos chega apenas alguns acontecimentos que ocorrem na ilha, precisamente aqueles que estão fora do contexto cubano ou distorcidos e manipulados dando a impressão que em Cuba existe uma ditadura criminosa e sanguinária, que oprime seus habitantes e que não defende os direitos humanos.

Essa é a visão que hoje predomina em nossas sociedades, pois é isso que nos mostra os serviços de comunicação do império.

Vamos a seguir listar uma série de fatos, desconhecidos por muitos e que mostram outra visão, mais real do que ocorre em Cuba e com sua revolução.

1) Sabiam vocês que o povo cubano vem suportando um bloqueio econômico, comercial e financeiro por parte dos Estados Unidos desde o ano de 1961, como medida de guerra que castiga toda empresa que negocia com Cuba e que tal embargo/bloqueio não está legitimado pelas Nações Unidas? Em outubro do ano passado 185 países dos 192 que integram as Nações Unidas votaram a favor para que seja cessado o embargo/bloqueio. Os danos causados á economia cubana por tal atitude foi estimado em 53 bilhões de euros entre 1961 a 2008. Quem exerce então uma política genocida contra o povo cubano? Com certeza são os Estados Unidos e seus aliados!

2) Sabiam vocês que o povo cubano celebra eleições a cada cinco anos, nos âmbitos municipal, estadual e federal e que na mesma não concorrem os partidos políticos, nem tampouco o Partido Comunista? Existe então livre

concorrência de candidatos nas eleições, que são propostos por assembléias populares de cada âmbito, ao estilo da democracia assembleísta da Revolução Francesa nos seus primeiros anos.

A Cuba lhe criticam por não permitir pluripartidarismo político, mas hoje sabemos que o pluripartidarismo político, sob uma sociedade capitalista, que tudo compra não garante que haja em seu bojo a democracia, ou seja, um governo do povo e para o povo – fomentado assim uma plutocracia a serviço dos mais ricos, com o surgimento de um forte bipartidarismo, o­nde as elites se alternam no poder segundo suas tendências ideológicas (mais liberal ou mais conservadora).

3) Sabiam vocês que o povo cubano aprovou uma Constituição democrática de caráter socialista, no ano de 1976 com voto favorável de 97% do eleitorado, que reconhece e garante os direitos fundamentais amparados da

Declaração Universal dos Direitos Humanos e que é uma das mais avançadas do mundo? A Cuba se critica por sua falta de democracia – mas igual a outros paises – foi dotada de uma Constituição que regula seu sistema políticoinstitucional, sempre referendado por seu povo e por isso não podemos qualificá-la de ditatorial, apenas devido sua opção socialista.

4) Sabiam você que Cuba ocupa o posto número 50 em Desenvolvimento Humano (Alto Desenvolvimento Humano), entre um total de 177 países estudados, levando em conta que está incluída naquelas sociedades que

melhoram as condições de vida de seus habitantes através do aumento dos bens para cobrir as necessidades básicas e complementares e na criação de um entorno em que se respeitem os direitos humanos – segundo o informe de 2006 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento?

5) Sabiam vocês que Cuba é o único país do mundo que cumpre com os critérios mínimos para a sustentabilidade ecológica segundo informe de 2006 apresentado pela Associação Suíça ADENA – Fundo Mundial para a

Natureza?

6) Sabiam vocês que Cuba é, segundo a UNICEF, o único país da América Latina que erradicou a desnutrição infantil, inclusive durante o duro período especial dos anos 90 e exibe a Esperança de Vida mais alta do chamado

Terceiro Mundo (78 anos) e a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América Latina e Caribe? (4,7 por cada mil nascidos vivos, inclusive mais baixa daquela apresentada pelos Estados Unidos).

7) Sabiam vocês que Cuba com seus escassos recursos é um dos países que mais compromissos tem em cooperação com os países do terceiro mundo, desenvolvendo programas como “Barrio Adentro” na Venezuela em que cada bairro/favela foi dotado de um Centro de Saúde e também a “Operación Milagro” que durante seus últimos quatro anos de funcionamento devolveu a visão para um milhão de meio de pessoas de mais de vinte nacionalidades diferentes de forma gratuita e com o apoio do governo da Venezuela?

8) Sabiam vocês que Cuba erradicou o analfabetismo em 1961, somente dois anos depois da revolução e que atualmente através do programa de alfabetização de adultos “Yo, si puedo” permitiu que em escassos dois anos,

países como a Venezuela, Nicarágua e Bolívia ficassem livres do analfabetismo? E que através do programa de bolsas, permitiu a graduação de 47.000 jovens procedentes de 126 países em mais de 33 especialidades técnicas? E que desde 1961, Cuba cooperou com 154 países do mundo com um aporte de 270 mil voluntários e que na atualidade cooperam no exterior mais de 41 mil profissionais cubanos em 97 países, das quais 31 mil são do setor saúde? E que Cuba é o país do mundo que aloca mais médicos na Campanha das Nações Unidas contra a AIDS com mais de três mil médicos, quando os Estados Unidos e a União Européia juntos aportam apenas um mil? Isso indica que as Nações Unidas, sem o apoio dos médicos cubanos não poderia realizar tal campanha? O mesmo acontece com os 2.500 médicos cubanos enviados para cobrir o terremoto do Paquistão em 2005, o­nde foram salvas mais de 1.500 pessoas e curadas centenas de milhares mais. Sabiam vocês que Cuba tem o melhor handicap médico por habitante do mundo e quem afirma isso é a OMS?

9) Sabiam vocês que Cuba condenou o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 e que cinco cubanospermanecem presos em cárceres dos Estados Unidos desde 1997 por terem se infiltrado em organizações terroristas

de Miami e por haverem alertado ao governo dos Estados Unidos dos planos para a realização de 170 atentados na ilha, sendo equivocadamente acusados de espionagem em processo judicial armado previamente e na qual foram condenados as altas penas de prisão, entre elas duas condenações perpétuas a uma mesma pessoa? E que tais prisioneiros são torturados em masmorras conhecidas com “el Hueco”? Sabiam vocês que ocorre nesse momento uma campanha mundial para que os prisioneiros cubanos nos Estados Unidos sejam libertados?

10) Sabiam vocês que o povo cubano tem enviado centenas de milhares de voluntários para combater o colonialismo em vários países do mundo, apoiando todos os movimentos de libertação nacional desses países,

principalmente na África, como na Argélia, Congo e Angola e na América Latina como Bolívia e Nicarágua?

11) Sabiam vocês que na batalha de “Cuito Cuanavale” em Angola em 1987, graças as tropas cubanas, foi derrotado o exército da África do Sul apoiado pelos Estados Unidos e Israel e com isso se obteve a independência

total de Angola, Namíbia e Zimbawe e ao mesmo tempo dado um golpe mortal no regime racista da África do Sul – o que permitiu o desmoronamento poucos anos depois desse regime e a libertação de Nelson Mandela?

12) Sabiam vocês que em 1984 Cuba e Estados Unidos firmaram um acordo em que os Estados Unidos se comprometiam a conceder vinte mil vistos de entrada ao ano para os cubanos que quiserem viajar e se fixar a esse

país e que na realidade nunca deram mais de mil ao ano, forçando desse modo a que se produza uma emigração clandestina e que muitos que arriscam sua vida em alto mar em barcos precários, emigração essa premiada nos Estados Unidos com a Lei de Ajuste, que concede a nacionalidade estadunidense a quem viaja ilegalmente, sempre

que declare ser vitima de perseguição política por parte do governo cubano?

13) Sabiam vocês que os Estados Unidos proíbem seus cidadãos viajar para Cuba e quem o fizer se sujeitarão a penas de 10 anos de prisão?

14) Sabiam vocês que enquanto em Cuba são mantidos abertos escritórios de vários meios de comunicação estrangeiros, tanto europeus como estadunidenses (entre eles a CNN) os Estados Unidos não autorizam jornalistas cubanos a trabalharem nesse país?

15) Sabiam vocês que Cuba foi o primeiro país a solicitar que se suprima a dívida externa dos chamados países do terceiro mundo?

16) Sabiam vocês que Cuba tem um dos melhores sistemas sanitários e educativos do mundo de caráter público, gratuito, universal, reconhecido pelas Nações Unidas – da qual beneficiam inclusive cidadãos estadunidenses de baixa renda, e que chegam a Cuba tanto para estudar como para serem medicados e que correm riscos no retorno ao

seu país de sofrerem represálias de autoridades governamentais? Nos Estados Unidos tais serviços são precários para essa faixa populacional, geralmente explorado por empresas privadas.

17) Sabiam vocês que Cuba é uma potência em biotecnologia e que muita patentes farmacológicas são empregadas para curar numerosas enfermidades no mundo a preços baratos, entre elas o fármaco que cura úlceras em pés e pernas de diabéticos.

18) Sabiam vocês que enquanto Cuba é tachada pelo império de violar os direitos humanos por ter condenado no ano de 2003, 75 cubanos que conspiravam juntamente com o governo dos Estados Unidos para derrubar o regime socialista existente na ilha; em 50 anos de revolução, delitos graves como assassinatos políticos, tortura, desaparecimentos de pessoas, seqüestro, tráfico de seres humanos e cárceres-limbo como o que existe em

Guantânamo, vôos secretos de aviões, execuções extra-judiciais nunca foram constatados na ilha? A ocorrência de tais fatos é comum nos Estados Unidos, países europeus aliados e em suas respectivas colônias de domínio e não em Cuba e isso consta em relatórios da entidade Anistia Internacional. Sabiam vocês que pelo quinto ano consecutivo Cuba faz parte do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, com o apoio principal dos

países do chamado Terceiro Mundo, enquanto isso os Estados Unidos estão alijados desse fórum.

19) Sabiam vocês que em Cuba os adultos maiores de idade realizam voluntariamente tarefas sociais de interesse comunitário e devido a isso em Cuba não existem anciões que vivem sós? Tais tarefas são estimuladas e apoiadas pelas empresas/entidades o­nde tais pessoas trabalham.

20) Sabiam vocês que a cada ano toda sua população recebe um programa de simulação para defesa contra furacões, chamado Meteoro – o quem tem possibilitado que existam poucas vítimas no momento em que fenômeno

natural atinge a ilha (cerca de uma dezena de pessoas em 10 anos), enquanto em outros países da zona do Caribe, inclusive nos Estados Unidos, morrem milhares de pessoas, como foi no caso do furacão Katrina?

21) Sabiam vocês que em Cuba existe 65 escolas de arte, se editam 80 milhões de livros ao ano e são rodadas 5 ou 6 filmes anualmente e que existem 11 mil instalações esportivas gratuitas, sendo uma potência mundial no esporte, com 24 medalhas em Pequim e 27 em Atenas?

22) Sabiam vocês que Cuba é juntamente com a Venezuela, a pioneira em estabelecer um sistema de integração socioeconômica latino-americana de caráter solidário, chamado ALBA, no qual vão se somando outros países (são nove até o momento) que conseguiu bloquear os tratados de livre comércio promovido pelos Estados Unidos, que tanto tem arruinado o desenvolvimento dos povos latino-americanos?

23) Sabiam vocês que Cuba é o único país da América que dá às mulheres grávidas um ano de licença, com recebimento de salário integral e no retorno ao trabalho há garantias de que essa pessoa não perderá o emprego? E se a criança necessitar cuidados especiais, a mãe pode tirar outra licença e o salário dela irá para o pai se assim o casal concordar?

24) Sabiam vocês que cada cidadão cubano tem o direito de ser atendido sem despesas para si em operações cirúrgicas de alto custo como doenças do coração, homodiálise, AIDS, transplantes de órgãos e outros.

25) Sabiam vocês que em Cuba atualmente há mais mulheres relacionadas às pesquisas científicas do que homens?

Que na área profissional técnica também há também mais mulheres trabalhando do que homens? Que nas universidades as matriculas de mulheres são maiores do que aquelas realizadas por homens?

26) Sabiam vocês que todos os serviços básicos oferecidos a população como água, luz, gás telefone, cesta básica, transporte público, pagamento de aluguéis para moradia e outros são subsidiados pelo governo, portanto as famílias pagarão preços reduzidos pelo uso dos mesmos e que tal fato pode ser considerado como sendo salário indireto aos trabalhadores.

Tradução de Jacob David Blinder fundamentada nos textos enviados por Pedro Gellert, José Iván Dávalos e

Mayra Godoy.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Estamos aqui pela humanidade


Eu estarei rodeado de camaradas, sóbrio sobre um castelo de areia.
Estarei em pé na pedra podre que sustenta esse castelo de ilusões.
Ilustre e triste predomínio de acordos triviais trilham o caminho
Das vidas secas, sedentas por uma gota de revolução na estação internacional
Do desrespeito ao peito humano.
Ao desvio do frio que corta a frieza, triste certeza
Do calor humano abafado, soterrado pela terra que o vento reformador das populosas dunas
Traz para cá, cante-se aos quatro cantos a existência do engano, o engodo que joga no lodo a humanidade.
Mataram o Che, se foi o Prestes, caiu Neruda, Graciliano Ramos e Saramago às circunstâncias da vida. Esses comunistas deixaram a tática, a arte, narraram a história as suas próprias maneiras.
 Ainda vive Nyemeier, está lá o Fidel. Estamos todos. Um espectro ronda o mundo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CAMARADA JOSÉ PAULO NETTO: O PCB SE ORGULHA E SE ENGRANDECE COM SUA VOLTA AO PARTIDO!


Crédito: PCB
Tive o privilégio de conviver e aprender com José Paulo Netto durante dez anos, como membros que fomos do Comitê Central e da Executiva Nacional do PCB, a partir do VII Congresso do Partido, em 1982.
Em 1992, quando o PCB se dividiu em dois, eu tinha certeza de que José Paulo não ficaria no PPS. Mas, para ser franco, não tinha certeza de que, pelo menos naquele momento, ele não ficaria no PCB. Aos olhos de grande parte da militância do Partido da época, o Movimento em Defesa do PCB parecia quixotesco e ortodoxo. Como muitos ex-militantes do PCB, José Paulo Netto, desde então, não militou em qualquer partido.
Mas ele nunca deixou de ser comunista. Pelo contrário, transformou-se num dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade, dedicando sua vida à produção teórica, à luta ideológica contra o capital e à formação política da juventude. Não limitou a esfera de sua contribuição intelectual ao ambiente acadêmico.
José Paulo também nunca se afastou do PCB, colaborando com o Partido em diversas atividades e sobretudo na formulação política, tendo participado destacadamente dos debates das Teses ao XIV Congresso, juntamente com dezenas de comunistas amigos e simpatizantes.
Ou seja, ele havia saído formalmente do PCB, mas o PCB jamais saiu dele.
Nesta sexta-feira, 4 de dezembro de 2009, José Paulo Netto resolveu esta contradição. Voltou oficialmente ao seu Partido, num singelo e emocionante encontro com uma delegação do Comitê Central do PCB, na sede nacional do Partido, no Rio de Janeiro.
A meu ver, José Paulo não voltou ao PCB porque lhe deu saudades e muito menos por qualquer outra razão de natureza pessoal. As Resoluções do XIV Congresso, a nossa coerência política e a reconstrução revolucionária do PCB fizeram com que o Partido merecesse a confiança dele em voltar a militar como intelectual orgânico comunista.
O PCB lhe recebe com carinho e orgulho, camarada José Paulo Netto!
Ivan Pinheiro
Secretário Geral do PCB

domingo, 5 de dezembro de 2010

O discurso de Engels no funeral de Marx

Discurso de Friedrich Engels no funeral de Karl Marx

“Em 14 de março, quando faltam 15 minutos para as 3 horas da tarde, deixou de pensar o maior pensador do presente. Ficou sozinho por escassos dois minutos, e sucedeu de encontramos ele em sua poltrona dormindo serenamente — dessa vez para sempre.
O que o proletariado militante da Europa e da América, o que a ciência histórica perdeu com a perda desse homem é impossível avaliar. Logo evidenciará-se a lacuna que a morte desse formidável espírito abriu.
Assim como Darwin em relação a lei do desenvolvimento dos organismos naturais, descobriu Marx a lei do desenvolvimento da História humana: o simples fato, escondido sobre crescente manto ideológico, de que os homens reclamam antes de tudo comida, bebida, moradia e vestuário, antes de poderem praticar a política, ciência, arte, religião, etc.; que portanto a produção imediata de víveres e com isso o correspondente estágio econômico de um povo ou de uma época constitui o fundamento a parir do qual as instituições políticas, as instituições jurídicas, a arte e mesmo as noções religiosas do povo em questão se desenvolve, na ordem em elas devem ser explicadas – e não ao contrário como nós até então fazíamos.
Isso não é tudo. Marx descobriu também a lei específica que governa o presente modo de produção capitalista e a sociedade burguesa por ele criada. Com a descoberta da mais-valia iluminaram-se subitamente esses problemas, enquanto que todas as investigações passadas, tanto dos economistas burgueses quanto dos críticos socialistas, perderam-se na obscuridade.
Duas descobertas tais deviam a uma vida bastar. Já é feliz aquele que faz somente uma delas. Mas em cada área isolada que Marx conduzia pesquisa, e estas pesquisas eram feitas em muitas áreas, nunca superficialmente, em cada área, inclusive na matemática, ele fez descobertas singulares.
Tal era o homem de ciência. Mas isso não era nem de perto a metade do homem. A ciência era para Marx um impulso histórico, uma força revolucionária. Por muito que ele podia ficar claramente contente com um novo conhecimento em alguma ciência teórica, cuja utilização prática talvez ainda não se revelasse – um tipo inteiramente diferente de contentamento ele experimentava, quando tratava-se de um conhecimento que exercia imediatamente uma mudança na indústria, e no desenvolvimento histórica em geral. Assim por exemplo ele acompanhava meticulosamente os avanços de pesquisa na área de eletricidade, e recentemente ainda aquelas de Marc Deprez.
Pois Marx era antes de tudo revolucionário. Contribuir, de um ou outro modo, com a queda da sociedade capitalista e de suas instituições estatais, contribuir com a emancipação do moderno proletariado, que primeiramente devia tomar consciência de sua posição e de seus anseios, consciência das condições de sua emancipação – essa era sua verdadeira missão em vida. O conflito era seu elemento. E ele combateu com uma paixão, com uma obstinação, com um êxito, como poucos tiveram. Seu trabalho no ‘Rheinische Zeitung’ (1842), no parisiense ‘Vorwärts’ (1844), no ‘Brüsseler Deutsche Zeitung’ (1847), no ‘Neue Rheinische Zeitung’ (1848-9), no ‘New York Tribune’ (1852-61) – junto com um grande volume de panfletos de luta, trabalho em organização de Paris, Bruxelas e Londres, e por fim a criação da grande Associação Internacional de Trabalhadores coroando o conjunto – em verdade, isso tudo era de novo um resultado que deixaria orgulhoso seu criador, ainda que não tivesse feito mais nada.
E por isso era Marx o mais odiado e mais caluniado homem de seu tempo. Governantes, absolutistas ou republicanos, exilavam-no. Burgueses, conservadores ou ultra-democratas, competiam em caluniar-lhe. Ele desvencilhava-se de tudo isso como se fosse uma teia de aranha, ignorava, só respondia quando era máxima a necessidade. E ele faleceu reverenciado, amado, pranteado por milhões de companheiros trabalhadores revolucionários – das minas da Sibéria, em toda parte da Europa e América, até a Califórnia – e eu me atrevo a dizer: ainda que ele tenha tido vários adversários, dificilmente teve algum inimigo pessoal.
Seu nome atravessará os séculos, bem como sua obra!”

O original se encontra em

http://www.marxists.org/portugues/marx/1883/03/22.htm

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

NÃO À AGRESSÃO À COREIA

Milhares de cidadãos protestam em todo os EUA contra as novas ameaças do imperialismo de guerra contra a Coréia do Norte. A foto mostra manifestação em Nova York frente ao centro de recrutamento militar, com participação também da comunidade de origem coreana. Atos preparatórios como os atuais exercícios militares navais e aéreos dos EUA, simulando uma invasão da Coréia do Norte, intensificam as sombras da guerra. As mentiras divulgadas pelos meios corporativos constituem uma preparação da opinião pública. Até hoje, 57 anos após o armistício de 1953, os EUA nunca assinaram um tratado de paz com a República Democrática e Popular da Coreia.

As manifestações são convocadas pela Answer Coalition e outras organizações.

Fonte: http://www.resistir.info/

Complexo do Alemão: A manipulação da “vitoriosa guerra contra o tráfico”

(Nota Política do PCB)


Estimulada por uma mídia burguesa, aliada ao governo do Estado do Rio de Janeiro e a sua política de Segurança Pública, a população brasileira tem a falsa impressão de que a região metropolitana do Rio de Janeiro está prestes a viver novos dias, com uma melhora qualitativa da sensação de segurança.

Foi a busca por tal sensação de segurança que levou a grande maioria dos trabalhadores, além da totalidade dos setores médios e da elite, a parar frente à TV nos últimos dias para assistir a um espetáculo midiático, comparável à invasão do Iraque pelo imperialismo norte-americano. Era como um filme de mocinhos e bandidos, em que a grande maioria torcia avidamente para que as polícias militar e civil e ainda as Forças Armadas, simplesmente eliminassem a vida de varejistas do tráfico de drogas – mesmo que, a custo disso, morressem inocentes, e bairros populares fossem transformados em verdadeiras praças de guerra.

Os últimos acontecimentos vêm confirmar o caráter de ocupação de uma zona de guerra, onde os civis de solo ocupado, pouco, ou nenhum direito tem. Multiplicam-se denuncias ora formais, ora pelos sussurros escondidos pelo medo de moradores que tiveram dinheiros roubados pela policia, ameaças de agressão, desaparecimentos sem explicação nenhuma dos órgãos oficiais. Cenas que parecem reflexos de um Haiti ocupado pela ONU e pelo Brasil, onde uma forte criminalização dos movimentos sociais, e da própria população ocupada, que tem até o direito de ir e vir questionado pelas “autoridades”.

As denuncias ganham espaços de rodapé nos noticiários, que continuam colocando como manchete as glorias de uma policia que ganhou status de “nada consta” em sua corrida folha de crimes e corrupções, de conivência e até favorecimentos a facções criminosas e grupos de milícias.

Num quadro onde o Secretário de Segurança do Estado, Beltrame, cercado por um forte aparato policial e militar, e todas as pompas da mídia visita a área, como legitimo representante de uma força de ocupação, como se tratasse de um território inimigo. Apresentando mais uma vez para a população local, a única face do estado para os trabalhadores, a face da repressão.

Ao PCB preocupa esse fato: estimula-se, entre a população, uma visão fascistóide de mundo, como se “limpezas finais” fossem soluções para qualquer conflito. A História já demonstrou, através de vários exemplos, que tal pensamento deve ser firmemente combatido. Após as últimas ações, ocorridas nesse final de semana no complexo do Alemão, impõem-se algumas afirmações e questionamentos. Crer que os acontecimentos da última semana garantirão a segurança desejada pela população é equivocado; transmitir isso para população - como vêm fazendo os meios de comunicação – é propaganda mentirosa.

Há décadas o tecido social no Rio de Janeiro vem se deteriorando por culpa de interesses capitalistas tanto na organização do território quanto na oferta de serviços e equipamentos públicos para a maioria da população.

Tal fato tende a se agravar: o custo de vida na região metropolitana do Rio cresce exponencialmente desde que a cidade foi escolhida sede das Olimpíadas de 2016, e o exemplo mais nítido disso está no mercado imobiliário. Ter um teto sob o qual morar, no Rio de Janeiro, está cada vez mais caro. Para piorar a situação, a população desta região metropolitana vive com os maiores custos de alimentação e transporte público do país.

Ao mesmo tempo, as políticas de emprego, geração e transferência de renda, educação, saúde, além da oferta de equipamentos esportivos e sócio-culturais são cada vez mais vilipendiadas pela lógica capitalista de ausência e desresponsabilização do Estado.

Não à toa as Oscips no setor de atendimento médico e o desempenho pífio dos estudantes do Estado nos exames do Ministério da Educação, além de fatores de menor repercussão midiática, como a concentração de cinemas e teatros nas áreas mais abastadas da cidade, bem como a ausência de locais para o lazer. Concentram-se nessas áreas do Rio de Janeiro os piores indicadores sociais, os maiores índices de gravidez adolescente, a maior incidência de subemprego, as maiores deficiências de saneamento básico, etc.

Tais fatos foram jogados para debaixo do tapete nas últimas eleições, numa aliança explícita entre os grandes grupos de mídia e o atual grupo político que comanda o Rio de Janeiro. Ao contrário de sua postura quase sempre denuncista e falsamente moralizante, a imprensa burguesa chegou ao ponto de escamotear a existência de trabalho escravo e os claros indícios de enriquecimento ilícito, materializado entre outras coisas em mansões em Angra dos Reis (RJ); fatores que atingiriam politicamente personagens fundamentais desse agrupamento político.

No meio de tudo isso está a atual política de Segurança Pública do Rio de Janeiro. É ela a fiadora de manchetes mentirosas e da ação hegemônica em criminalizar a pobreza entre a população. É a atual política de segurança pública, materializada fundamentalmente nas UPPs, que poderá viabilizar projetos políticos maiores para alguns e o lucro crescente para setores fundamentais da burguesia brasileira e carioca: com a copa do Mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016, é preciso garantir uma sensação de segurança mínima para expandir a especulação imobiliária, os serviços de telecomunicações/mídia e os grandes investimentos em infra-estrutura e transporte urbanos, num ciclo propício à corrupção há muito conhecido.

Cabe assim o registro que se segue, publicado pela revista Piauí: as UPPs são um dos maiores “cases” de marketing dos últimos anos. De acordo com a publicação, os “serviços de comunicação e divulgação” da secretaria de segurança do Rio saltaram de R$ 66,9 milhões para R$ 91,7 milhões. Além disso, o secretário José Beltrame já promoveu 138 almoços com “formadores de opinião” desde a posse, e deu 223 entrevistas, sendo que 39 para a imprensa estrangeira, sempre com as UPPs como jóias da pauta.

Assim, é preciso dizer claramente: a atual política de Segurança Pública do Rio de Janeiro é uma farsa, que se presta à expansão dos investimentos privados e a garantia de lucros futuros para grandes grupos do capitalismo internacional e brasileiro.

O controle do território pelo estado – principal ponto da atual política de Segurança Pública e lógica que justifica as UPPS – só vale para algumas localidades, próximas às áreas mais nobres da capital, que servirão como base territorial para a expansão dos investimentos privados e públicos.

Para corroborar nosso ponto de vista, e desmascarar a falácia do atual governador de que todas as comunidades serão “libertadas”, está a mais pura e simples matemática: existem cerca de 1.020 favelas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Hoje as UPPs estão em 14 delas, com um contingente de quase quatro mil policiais (10% do efetivo da PM). Não há orçamento neoliberal que garanta pessoal suficiente para ocupar as mais de 1.000 favelas sem UPPs.

Por outro lado, e estranhamente, todas as UPPs foram instaladas em locais comandados por uma única facção criminosa. Para a Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde vivem mais de 50% da população da cidade e local no qual mandam as milícias (criminosos de farda), não há projeto de UPP.

Foram tais fatores que apenas deslocaram o crime organizado para pontos mais distantes da região metropolitana e, em alguns casos, fizeram mudar de mãos o controle de alguns pontos do varejo das drogas, inclusive em comunidades ditas “pacificadas” pelas UPPs. Estas mudanças por vezes se deram através de acordos, por vezes através da disputa de território – com os tiroteios típicos que vitimizam trabalhadores e inocentes. Não é por outro motivo que, em todas as operações policiais para instalar as atuais 14 UPPs, não houve sequer uma dezena de prisões, um quilo de entorpecente ou uma mísera arma de grosso calibre apreendidos. Isso também explica de onde surgiram tantos armamentos e varejistas do tráfico nas imagens veiculadas pela TV desde a última quinta-feira. Armas que, aliás, não foram fabricadas no interior daquela localidade. Chegaram até ali através de uma cadeia que a muitos interessa manter, pois a muitos enriquece: no atacado pela corrupção; no varejo através dos “arregos” pagos a bandidos de farda.

Esta cadeia do tráfico permanece intocada, como bem sabem os moradores de localidades subjugadas pelas milícias. Os grandes traficantes de drogas e contrabandistas de armas, durante estes dias da “guerra do Complexo do Alemão”, estavam incólumes em suas ricas residências nos bairros nobres, assistindo tudo pela televisão para acompanhar os rumos de seus negócios. Provavelmente estes atacadistas já têm seus interlocutores e sócios entre aqueles que que “ocuparão” a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão.

Ademais, é preciso esclarecer os motivos que justificaram as ações policiais promovidas desde a última quinta-feira: quem de fato promoveu os incêndios de automóveis? Por que tais ações se diferenciaram em muito das promovidas anteriormente pelo tráfico de drogas, inclusive permitindo que os cidadãos se retirassem dos meios de transporte? Por que tais ações se reduziram em muito desde que a ocupação da Vila Cruzeiro virou fato consumado, já que poucos foram os presos até o momento?

Para o PCB, é imperativo o esclarecimento de tais fatos. Que as investigações da polícia e da justiça sejam transparentes e abertas à participação de entidades da sociedade civil.

Por fim o PCB afirma: a culpa pelo atual estado de coisas é do capitalismo, de sua lógica e de seus interesses. Ele é o inimigo a ser combatido e derrotado pelos trabalhadores.

30 de novembro de 2010

Partido Comunista Brasileiro

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

VIVA CUBA! VIVA A REVOLUÇÃO SOCIALISTA!

Aos 51 anos da Revolução Socialista  cubana, o mundo capitalista alardeia a derrocada da Revolução na Ilha. O fim da Cuba Socialista tornou-se pauta constante dos agoureiros capitalistas após a derrocada da URSS, e agora reaparece com força total para tentar disseminar a idéia de que o melhor para a Ilha é a barbárie do Capital. Barbárie que, por sinal, os moradores da Cuba Socialista desconhecem. No entanto, a investida desse pensamento contra Cuba tem um alvo claro: os jovens cubanos. Eles não conheceram o capitalismo como seus pais e avós, e são tentados a experimentar esse sedutor produto da burguesia.

Ainda é muito cedo para conhecermos os rumos que tomarão as novas medidas econômicas em Cuba, porém, não devemos aceitar a investida do Capital contra a democracia popular cubana, pintada ao mundo todo como ditadura. O Socialismo cubano tem suas peculiaridades e por estar praticamente sozinho contra o imperialismo estadunidense, necessita constantemente de se reinventar para continuar existindo e mantendo suas principais conquistas. Mal sabem os jovens cubanos como o capitalismo lhes trataria na atual dificuldade pela qual passa seu país (e o mundo). Ao contrário do que faz hoje o governo cubano, amparando e dando suporte àqueles que iniciam uma atividade fora do Estado, o capitalismo vomitaria à miséria todos os homens e mulheres que não mais seriam necessários à produção.

A principal garantia do governo cubano é que todas as pessoas que tiverem dificuldades para começar uma nova atividade poderão recorrer ao Estado para que possam aos poucos trabalhar por conta própria.
Os comunistas do mundo todo estão apreensivos com a atual situação de Cuba. É preciso rechaçar toda e qualquer iniciativa de países que queiram se aproveitar da fragilidade, ainda maior, econômica cubana. Recentemente, o representante das relações exteriores do Brasil, Celso Amorin, ofereceu ajuda à Cuba, no sentido de enviar quadros de pessoas ligadas ao SEBRAE para “ensinar” os cubanos a serem “empreendedores”. Segundo Amorin, o Brasil tem uma boa experiência nesse sentido.
Celso Amorin que leve sua corja do SEBRAE para bem longe dos países da América Latina.

VIVA CUBA! VIVA A REVOLUÇÃO SOCIALISTA!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A “guerra” no Rio de Janeiro

Os EUA da era Bush inventaram uma guerra contra o Afeganistão e depois contra o Iraque. Não se tem dúvidas de que essas duas guerras foram forjadas para garantir o total cumprimento dos interesses norte americanos em relação à extração de petróleo, matéria prima extremamente necessária à maior economia do mundo, mas que se torna cada vez mais escassa no território estadunidense. Sendo um recurso natural finito e vendo seu fim num futuro bem próximo, não resta outra alternativa aos EUA senão buscar o petróleo em lugares em que ele é encontrado com certa abundância, como é o caso do Oriente Médio.

Forjaram uma guerra. Mataram crianças, mulheres e homens inocentes por puro interesse econômico. A vida humana pouco importa se o que está em pauta, no caso dos EUA, é a manutenção de sua dominação imperialista, ou no caso dos demais países ricos, a produção e a acumulação de riquezas. Assassinar, fuzilar e queimar pessoas inocentes são práticas comuns aos usurpadores da vida humana, considerados por intelectuais do mundo inteiro como os proponentes de um mundo melhor, aqueles que tematizam, por onde passam, a erradicação da miséria, o fim da violência e, como não poderia ser diferente, a manutenção permanente do Estado de Direito.

Por todo o mundo, pessoas se compadecem desses infelizes, os algozes da raça humana, como se eles estivessem realmente preocupados com a vida dos bilhões de homens, mulheres e crianças que sofrem de fome, de doenças, pela falta de segurança e pela falta de respeito em todas as esferas da sociedade burguesa. Acredita-se ingenuamente que toda ofensiva israelense e estadunidense é um ato de defesa, provocando, no senso humanitário da mídia hegemônica, da igreja, dos conservadores e dos desavisados uma certa pena desses países porque jamais lhes dão descanso.

Diante da política bélica dos EUA e Israel e de suas investidas contra Iraque, Afeganistão, por parte dos EUA, e Palestina por parte de Israel, a mídia mundial, por meio da ideologia legitimadora da dominação dos mais “fracos” pelos mais “fortes”, esconde a verdade e produz, molda na consciência da população uma idéia de concordância com a militarização da vida, a política da guerra. Por ser a única versão que a grande massa ouve sobre tais conflitos armados, a versão das potências militares é a que toma conta da consciência da maior parte das pessoas.

Não se deve perder de vista que essa mídia está a serviço destas potências (leia-se, Capital) e que, portanto, não poderia se esperar outra postura senão a defesa incontestável das terríveis ações militares que provocam a morte de milhares de pessoas e a destruição de cidades inteiras. Há pouco, referia-me aos interesses econômicos que estão por trás de todas estas ações militares, e é a partir dos interesses do mercado que a dita “guerra contra o tráfico” no Rio de Janeiro deve ser analisada.

O Rio de Janeiro desde o ano passado além de uma cidade conhecida mundialmente pela beleza de seus cartões postais (que não são o Complexo do Alemão, tampouco a Vila Cruzeiro) tornou-se também o centro das atenções do mundo esportivo ao ser declarada a sede das Olimpíadas de 2016 e uma das cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014. Na sociedade em que o Capital impera, o esporte torna-se apenas mais uma mercadoria. Uma maneira a mais de se ganhar muito dinheiro. Nesse momento, estão no páreo para abocanhar bilhões de dólares do Estado brasileiro os monopólios da construção civil, das telecomunicações e do mercado imobiliário. É preciso dedicar um pouco mais de atenção a esse último.

É praticamente impossível atrair investimentos imobiliários em áreas que não oferecem atrativos. Áreas consideradas violentas ou que não ofereçam muita segurança são as menos valorizadas em qualquer canto do mundo. No Rio de Janeiro, dificilmente há uma área “segura” e não violenta que esteja longe dos bairros nobres da cidade maravilhosa. No entanto, nos bairros nobres não é possível construir mais casas (mansões) além das que já estão lá. Diante de um quebra-cabeças imobiliário, não restou outra saída senão “desocupar” áreas estratégicas em alguns morros cariocas. Trata-se de uma “limpeza”, uma verdadeira “varredura” que vem sendo feita em algumas áreas ocupadas por moradores de barracos, os quais são expulsos de suas moradias sem nada poderem fazer.

A ação militar vivenciada pelo Brasil e pelo mundo na última semana em algumas favelas do Rio de Janeiro é o início de uma prática que se tornará bem mais freqüente ao passo que se aproximam a copa do mundo e as olimpíadas. A estratégia do Estado está funcionando perfeitamente no imaginário popular. De agora em diante, todas as ações militares em favelas do Rio e de outras capitais brasileiras serão justificadas como combate ao tráfico, quando, se analisarmos minimamente a seqüência dos fatos ocorridos desde o início da investida da polícia nas favelas cariocas, perceberemos que não se trata apenas de um suposto combate ao tráfico, mas sim, de um APARTHEID. O sinal verde da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro para a invasão de algumas favelas do Rio foi dado depois que algumas facções criminosas queimaram veículos em diferentes regiões do Rio de Janeiro. Não houve, até o momento, notícia de que estas facções tenham atacado postos policiais com arma em punho, a não ser um ataque com granadas a um carro oficial da aeronáutica que circulava pelas ruas do Rio. Nada justifica o ataque dos criminosos. Porém, é preciso cautela para justificar também a dura repressão colocada pela polícia não só aos traficantes, mas aos moradores das favelas invadidas.

Como já foi dito, nada justifica a queimada dos veículos pelos traficantes, mas o que chama a atenção é que esses ataques não fizeram vítimas fatais. Foram reações imediatas que acontecem diariamente no jogo do tráfico no Rio de Janeiro. É questionável a versão dada pela Secretaria de Segurança Pública de que se tratava de um ataque orquestrado pelo tráfico de drogas contra a política da segurança pública da referida secretaria. Não seria ingenuidade “do tráfico” promover ataques apenas queimando carros, quando os traficantes, possivelmente, sabiam que a reação da polícia certamente seria dura? Se realmente fosse um ataque não teriam os traficantes utilizado ao menos parte de seu arsenal?

São questões que ficam sem respostas justamente porque não são feitas pela mídia. Não são feitas porque a mídia também está bastante interessada no APARTHAID que está em marcha no Rio e nas cidades-sedes da copa do mundo.

Os homens, as mulheres e as crianças, na sua maioria negros, que moram nas favelas do Rio, a meu ver, terão uma dura rotina até 2016. A intenção do Estado e dos organizadores desses dois eventos esportivos é “limpar” o Rio de Janeiro. Colocar “esse povo” em seu devido lugar, na favela. E que eles saibam através da repressão que ali é o seu lugar, e que a zona sul não lhes pertence, tampouco podem vê-la pessoalmente. Jamais assistirão a um jogo da copa. Talvez poderiam vender seus lanches e picolés na entrada dos estádios, mas até isso já tem dono. Tem muita gente da Zona Sul interessada na venda de lanches e picolés durante a copa do mundo e as olimpíadas.

A inventada “guerra do Rio de Janeiro” não afeta a Zona Sul. Ela deixa sem luz, água, escola e transporte público (péssimo!!) os moradores da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. Os moradores das favelas do Rio e de todo o Brasil estão esquecidos pelo Estado há séculos. Esse mesmo Estado que ora se pronuncia, promovendo a paz, é o principal responsável pela calamitosa situação na qual vivem os moradores dos morros cariocas. Não há política pública nos morros. Os canteiros da Zona Sul são bem cuidados, floridos e perfumados. Na favela não há canteiros, quem dirá flores, e o perfume que se sente é do esgoto a céu aberto.

Todos nós sabemos que a promessa do capitalismo de promover bem-estar social não se concretizou e nem se concretizará. Das relações sociais possíveis na sociedade do Capital só se pode esperar a segregação da classe trabalhadora: e o que a espera é a violência, o analfabetismo, a morte prematura por desnutrição, por infecção, a fome.

A cena transmitida em tempo real pelos meios de comunicação que retratavam a fuga de traficantes é deprimente. Adolescentes e jovens empunhando fuzis, com as mãos ocupadas, mas que não defendiam nenhuma ideologia. O que eles defendem a partir do momento em que entram para esse mundo é sua própria vida, apenas. Grande parte daqueles adolescentes e jovens que corriam jamais voltará para uma escola, poucos terminaram o ensino fundamental, e agora, correm do Estado. Antes, porém, o Estado (burguês) é que nunca se aproximou deles.

Em 2007, 19 seres humanos foram mortos numa ação da polícia no mesmo Complexo do Alemão. A ação aconteceu dias antes do início dos Jogos Pan-Americanos. Três anos mais tarde, a cena se repete. Quanto tempo esperaremos para ver a próxima? É certo que não muito.

O Rio de Janeiro inventou uma guerra nos mesmos moldes daquela inventada pelos EUA contra o Afeganistão e o Iraque. Uma vez inventada, tudo se justifica por ela. É o velho e desgastado lema de que a paz só acontece pela guerra. Se para os EUA o objetivo era angariar reservas de petróleo, para o Rio de Janeiro o objetivo é “limpar” a cidade para a Copa e para as Olimpíadas, é o APARTHEID carioca. Na invenção da guerra se pode tudo: na operação da quarta-feira (24/11) na Vila Cruzeiro, por exemplo, esse foi o perfil das vítimas, segundo o detalhado registro do jornalista do Estado de São Paulo: mortes - uma adolescente de 14 anos, atingida com uniforme escolar quando voltava para casa; um senhor de 60 anos, uma mulher de 43 anos e um homem de 29 anos que chegou morto ao hospital com claros sinais de execução. Feridos - 11 pessoas, entre elas outra estudante uniformizada, dois idosos de 68 e 81 anos, três mulheres entre 22 e 28 anos, dois homens de 40 anos, um cabo da PM e apenas dois homens entre 26 e 32 anos.

É inaceitável situações como a que se registrou no Rio de Janeiro na última semana, e tudo em nome de uma lucratividade internacional dos dois eventos esportivos, em nome da especulação imobiliária e da “limpeza” que se iniciou desde já até 2016. O Capital continua fazendo suas vítimas em todos os cantos do planeta e se articula para continuar mantendo seu poderio e sua dominação. Temos de ter claro que “nosso inimigo é outro”. Não é a favela, nem os traficantes: há a necessidade de prendê-los, mas não podemos cair na inocência de que a prisão acabará com o tráfico de drogas e todo o tipo de violência. Para isso, teríamos que ter uma cadeia em cada esquina. Nosso “inimigo é outro”, é o modelo de organização social que resulta nessa convivência bárbara entre seres humanos, que dá o “direito” para o Estado colocar no chão qualquer e todo ser humano que lhe atravesse caminho, quando ele age para manter o Estado de Direito. Estado de Direito de quem? Para quem? Para os moradores da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão que não é. Eles não tem acesso aos direitos básicos de sobrevivência. Nosso inimigo é o modo de produção capitalista com todo seu aparato tecnológico, militar e midiático. É preciso combater a ideologia vociferante que se propaga através dos diversos meios de divulgação utilizados pela burguesia, inclusive o filme “Tropa de Elite I e II”.

O Estado tem fortes meios de combate ao tráfico de drogas varejista, no entanto, parece fazer “vistas grossas” ao tráfico atacadista. Esse último é quem lucra e mantém o aparato de distribuição no varejo. Bolívia, Equador, Colômbia, países andinos, propícios para a produção da coca não dispõem de indústrias químicas para manipular a coca e transformá-la em cocaína, por exemplo. Essa manipulação é feita por laboratórios químicos fora desses países, por quem tem um “poder de fogo” muito maior que os traficantes dos morros. Resta saber se se quer realmente desmontar esse aparato atacadista ou se é “mais fácil” fuzilar homens, mulheres e crianças nas ruas das favelas, arrombar casas, saqueá-las e depois dizer que a segurança está (re)estabelecida.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

CARTA DE ANITA PRESTES AO CC DO PCdoB

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2010.


Ao Comitê Central do

Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

Dirijo-me à direção do PCdoB para externar minha estranheza e minha indignação com imagem, que está circulando na Internet, da capa de uma publicação intitulada “Gibi do Programa Socialista do PCdoB – O ideal e o caminho”, assinado por Bernardo Joffily.

Essa publicação apresenta imagens dos meus pais, Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes, ladeando a figura de Getúlio Vargas. Também estão colocadas junto a Vargas lideranças revolucionárias como Carlos Lamarca e João Amazonas. Não posso aceitar que sejam divulgadas, sem nenhuma razão para tal, imagens dos meus pais, dois revolucionários comunistas, junto com o ditador sanguinário Getúlio Vargas, que manteve Luiz Carlos Prestes preso durante nove anos e entregou Olga Benario Prestes à Alemanha nazista para ser assassinada numa câmara de gás.

Espero, portanto, que a direção do PcdoB torne público pronunciamento a respeito e retire de circulação tal publicação, cujo teor contribuirá para a distorção da história do Brasil e, em particular, das lutas revolucionárias em nosso país.

Atenciosamente,

Anita Leocádia Prestes

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Morre aos 89 anos, no Paraná, um líder comunista

Faleceu na manhã desta quinta-feira (18) o dirigente comunista e artista plástico Espedito Rocha. Ele estava internado havia seis dias no Centro Médico Nossa Saúde, em tratamento de um câncer no pulmão, diagnosticado em meados de 2009. Espedito Oliveira da Rocha nasceu em 1º de janeiro de 1921, em Santa Clara, então distrito do município de Buíque, hoje Tupanatinga, em Pernambuco.


Espedito iniciou sua militância no Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1938, ainda em Pernambuco, e chegou ao Paraná no início dos anos 50, onde trabalhou na colonização do Norte do Estado. Posteriormente mudou-se para Curitiba para trabalhar na construção do Centro Cívico e iniciar a atividade sindical, onde teve forte atuação política.

Foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Curitiba e também foi eleito primeiro suplente de vereador em Curitiba pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), já que naquela época o PCB era clandestino.

Com o golpe militar de 1964, Espedito teve seus direitos políticos cassados. Só não foi preso porque conseguiu fugir e passou a utilizar uma nova identidade. Permaneceu na clandestinidade e militou como dirigente nacional do PCB, na condição de membro do Comitê Central, durante todo o regime militar.

Usando o nome de Tibúrcio Melo, foi preso no Mato Grosso, onde administrava uma fazenda do PCB, que era utilizada para fuga de resistentes da ditadura e também para obtenção de recursos para o partido. Espedito foi levado para o Doi-Codi em São Paulo, onde permaneceu preso e foi duramente torturado. Foi levado de volta pela polícia política para o Mato Grosso pesando 38 quilos. Com a ajuda de amigos, foi internado e recuperou-se, fugindo em seguida para São Paulo, onde retomou à militância com o nome de Tadeu Melo, que utilizou até ser anistiado em 1979.

Retornou para Curitiba onde re-fundou o PCB, permanecendo seu presidente até meados dos anos 90. No início dos anos 80 comandou o apoio do PCB à candidatura de José Richa ao governo do Estado pelo PMDB. Quando o PCB mudou de nome para PPS, Espedito Rocha e outros comunistas conhecidos, como Oscar Niemeyer e Ivan Pinheiro, fundaram novamente o PCB, ao qual ficou filiado até sua morte.

Carreira artística

Na sua fuga para São Paulo, em 1976, Espedito utilizou as horas de esconderijo para retomar o talento antigo de esculpir na madeira. A partir daí, junto à militância política, Espedito iniciou a carreira de artista plástico, que desempenhou até 15 dias atrás, quando a doença ainda não havia se agravado. Realizou exposições, coletivas e individuais, em diversos locais do Brasil e tem peças no acervo permanente de vários museus do país.

Sobre o artista, Pietro Maria Bardi, já em 1980, descreveu: "Espedito Oliveira da Rocha é um desses homens que desafiam as injunções próprias de quem é ligado ao mundo do trabalho. Na cartilha mais difícil, aprendeu a vida por ela própria. Transformou em poema de aroeira, peroba e cedro tudo o que viu e viveu".

Espedito deixa os filhos Rosa Maria da Rocha, Caetano Oliveira da Rocha, Carlos Rogério da Rocha, Airam de Oliveira da Rocha, Luiz Carlos da Rocha, Gabriela Rocha, Mariana Rocha e Manoel Caetano Ferreira Filho, além de netos e bisnetos. Seu corpo será velado na Assembleia Legislativa do Paraná, a partir das 14 horas, e cremado amanhã às 9 horas.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

COMUNISTAS RETORNAM AO SEU PARTIDO

Em uma cerimônia simples e descontraída, foram recebidos, na sede do Comitê Central do PCB, no Rio de Janeiro, o advogado Celso Soares e o professor universitário Ronaldo Coutinho, militantes comunistas com muita tradição de luta, que retornam ao Partido. Celso e Ronaldo são alguns daqueles inúmeros militantes que, sem deixar de serem militantes comunistas, deixaram o PCB na época do liquidacionismo e da conciliação de classe da maioria do CC, nos anos 80.

Ivan Pinheiro e Eduardo Serra (do Comitê Central) e Paulo Oliveira, secretário de Organização do Comitê Regional do Rio de Janerio, saudaram o reingresso dos dois camaradas, o engajamento de ambos nas causas populares, no combate à ditadura e na defesa do Socialismo, ressaltando também a contribuição importante que trazem ao PCB na construção da teoria da revolução brasileira e na formulação política em geral. Muitos dirigentes e militantes presentes também se manifestaram, e foram lidas diversas mensagens de saudações vindas de vários estados.

Crédito: PCB

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A História faz justiça a Marighella

imagemCrédito: PCB


Decorridos 41 anos - completados hoje - do covarde assassinato de Carlos Marighella, cresce no país o respeito por sua coragem, determinação e militância e o sentimento de que seu nome já se situa, tranquilamente e como medida de justiça, entre os patriotas que mais lutaram pela melhoria de vida, ascensão social, a liberdade e o respeito a todos os direitos do nosso povo.
Marighella - ou Carlos como o chamavam os mais próximos, os familiares e os amigos -  morreu em uma emboscada montada pelas forças de repressão da ditadura militar, à frente o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo. Ele foi inequivocamente um dos quadros políticos mais atuantes de nossa História. Só a reação, e com o assassinato, foi capaz de conter a chama que o animou sempre, a vida inteira, em sua luta pela liberdade e justiça para o nosso povo.
Defensor das causas populares até o limite de pagar mesmo com a vida, como lhe aconteceu, Marighella foi um batalhador por reformas de base como as da educação e agrária e pela soberania nacional. Foi o que o motivou a filiar-se aos 18 anos ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Um combatente em todas as frentes de resistência

A partir daí, lutou em todas as frentes: combateu a ditadura Vargas e a repressão por ela desencadeada; foi deputado federal até a proscrição do PCB (1947); enfrentou a partir de então duas décadas de clandestinidade; resistiu e  enfrentou as forças da nova ditadura, a militar, instaurada em 1964; rompeu com o velho Partidão, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN)  e bateu de frente, o resto dos seus dias, com o regime de exceção instaurado no país.
Sua coragem, luta, ensinamentos e sobretudo seu amor pela liberdade e pela justiça serão sempre um exemplo para todos os brasileiros que, quanto mais o tempo passa, mais lhe são reconhecidos e fazem justiça por ter dedicado sua vida à transformação da realidade dos excluídos e a dar voz aos anseios de liberdade e justiça do nosso povo.
Independente do julgamento que lhe façam os ainda sobreviventes da reação, o que prevalece é o reconhecimento de que Marighella hoje já é História e que esta lhe reserva um lugar entre os grandes da luta pelo progresso e melhorias de nosso país.

Fonte: http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&&id=10554