segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cairemos no golpe outra vez?

Camaradas, no dia 1º de janeiro começa a contagem regressiva para o primeiro escândalo político (leia-se ato corrupto) no governo federal. Não porque se trata de um governo do PT (também, mas não só), mas sim pelo fato de estarmos diante de uma fabulosa peça de um teatro burguês que de forma aparente engana a massa com seus escândalos periódicos. Normalmente, entre um escândalo e outro leva-se meio ano. É um período estrategicamente pensado pelos orgânicos da burguesia, e que muitos militantes da esquerda (?), dos mais diversos movimentos sociais e de partidos políticos progressistas acreditam ser verdade tudo que nos é encenado. Esses escândalos servem para nos lembrar que temos indignação, e que precisamos ir para a ruas protestar contra um fato já consumado, e que, independentemente das manifestações sociais ocorrerá novamente daqui há seis meses.
De um Estado burguês e de um governo que segrega o melhor do banquete para o grande Capital e com o que sobra deixa a contento os miseráveis, não se pode esperar outra coisa senão marmelada burguesa. 
Entre a corrupção e nossos olhos e ouvidos existe a imprensa.
Nós, da esquerda(?), ficamos furiosos com os meios de comunicação hegemônicos, quando eles relacionam esses escândalos a um governo popular. Esbravejamos: como pode esse PIG dizer algo desse nível?
Importante ressaltar que PIG significa "Partido da Imprensa Golpista". No entanto, não é o PIG que é golpista. Na verdade, ele é o cabo final, o que conduz o que foi produzido, o golpe burguês, até os lares, doces lares brasileiros. Ora, os meios de comunicação são apenas o fio condutor do golpe, iniciado na essência do Estado burguês e toda sua extensão (parlamento, etc).
Os meios de comunicação, por exemplo, fizeram ("fizeram") uma lei que lhes dá o direito de não chamarem para um debate político, durante o pleito eleitoral, o candidato que não alcançar 1% nas pesquisas de intenção de voto. Nós, da esquerda(?), acatamos tudo numa boa. Claro, ao invés de aceitarmos que essa manobra faz parte da natureza desse Estado, é mais fácil criticar os meios de comunicação. Caímos certinho na armadilha.
E o que dizer da distribuição do tempo na propaganda eleitoral gratuita? Quantos minutos tiveram na TV os partidos do PCB, PSTU, PSOL e PCO? Em sua natureza enquanto partido, dentro da sociedade burguesa, o que diferencia o PSTU do PT, por exemplo? Nada. (não confundamos natureza de um partido com sua direção política, tática e estratégica) A não ser a subserviência ao interesses do grande Capital, clarificado nas alianças partidárias que o PT fez e nos financiadores de sua campanha eleitoral.
Alguém ainda acredita que a burguesia dividirá seu banquete? Ora, convenhamos.
A esquerda necessita mais do que nunca ser radical. Os movimentos sociais, os que lá estão, precisam se afastar da máquina estatal e fazer nas ruas as lutas mais radicais e necessárias.
O Estado burguês é um golpe. É um golpe contra a classe trabalhadora. É contra ele que precisamos debater, lutar. Nos enganam e nos fazem crer que golpista é a imprensa. Gastamos nossos neurônios, buscando argumentos para atacá-la e esquecemos, ou melhor, caímos na armadilha, e deixamos a burguesia, o Estado, o parlamento, a justiça, etc. (leia-se Capital), nos colocarem no lugar mais baixo da sociedade: o lugar onde é possível ver o que eles fazem para manter a riqueza que produzimos nas mãos da burguesia. 
Sejamos radicais no entendimento e no enfrentamento contra o Capital.
De momento, ainda conseguimos protestar contra o aumento de mais de 60 % dos parlamentares. E é bom que já nos preparemos para a próxima.

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